Prefeitura garante apoio institucional; parlamentares criticam performance de artista que encena Jesus
A realização da 6ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ em São José gerou uma intensa polêmica entre autoridades e vereadores da cidade. A organização do evento afirmou que a prefeitura dará suporte à Parada, incluindo segurança, fechamento de vias, ambulatório de saúde, banheiros químicos, ponto de energia e limpeza pública.
O secretário de Cultura, Toninho Silveira, explicou que a participação da prefeitura se limita à escolta com a Guarda Municipal e ao ordenamento do trânsito, por se tratar de um evento em via pública com grande público, sem envolvimento financeiro ou patrocínio de qualquer atração. As informações foram obtidas pelo vereador Alexandre Cidade (PL), que buscou esclarecer os detalhes sobre o apoio institucional da Prefeitura.
O prefeito Orvino Coelho também se manifestou nas redes sociais, reforçando que a Parada é um evento independente, sem recursos públicos: “As forças de segurança estarão presentes, assim como em qualquer atividade que reúna público, mas o evento não recebe verba municipal”, destacou.
A maior polêmica do evento envolve a participação da drag queen Athena Lewoo, conhecida por performances que encenam o personagem “Jesus”, com referências bíblicas como “transformar água em vinho”, “multiplicar o pão” e “fazer a ressurreição”. O vídeo da apresentação foi publicado pela própria artista com a descrição “impersonator”, o que provocou críticas de religiosos e questionamentos sobre o apoio da prefeitura.
Os vereadores da cidade se posicionaram sobre a polêmica. Cryslan de Moraes (NOVO) destacou que é preciso respeitar a fé da população: “Transformar a fé cristã em alvo de deboche é intolerância religiosa. Respeito às diferenças não pode significar desrespeito à fé de ninguém. E com recurso público, muito menos”, disse.
Rodrigo de Andrade (PL) afirmou que a liberdade de expressão não pode ser usada para zombar da fé da maioria da população. “Isso não é sobre liberdade de expressão, é um ataque direto à fé cristã. Com dinheiro público, é ainda mais inaceitável”, disse, acrescentando que protocolou um ofício cobrando explicações da prefeitura e defende projeto que proíbe verba municipal em eventos que desrespeitem a fé ou promovam ideologia de gênero.