Investigações indicam que mais de R$ 500 mil destinados à cultura teriam sido desviados para grupos ligados a ocupações de terras em São José, Palhoça, e Garopaba
Divulgação/SJ Agora O vereador de São José Cryslan de Moraes (NOVO) revelou nesta terça-feira (4) suspeitas de que recursos públicos federais voltados à cultura estariam sendo usados para financiar invasões de terra em Santa Catarina. Segundo o levantamento, mais de meio milhão de reais teriam sido direcionados, direta ou indiretamente, a grupos ligados a esses movimentos.
Parte dos valores foi liberada por meio de editais federais de promoção cultural, mas, segundo o vereador, estariam sendo utilizados para fins políticos e organização de ocupações. “Dinheiro público, que deveria fortalecer a cultura catarinense, está sendo desviado de sua finalidade e servindo para custear movimentos de invasão”, afirmou Cryslan.
Entre os citados está Filipe Bezerra, que se apresenta como líder das invasões em Palhoça e já teria tentado atuar no bairro Bela Vista, em São José. Vídeos obtidos pelo parlamentar mostram Bezerra admitindo usar festivais de cinema para se infiltrar em comunidades e ampliar sua influência “comendo pelas beiradas”. Garopaba seria agora o novo foco do grupo.
Nas redes sociais, Cryslan revela que em 2023, o produtor Rogério Ribeiro Santos recebeu R$ 200 mil via edital nº 32/2023 para o 3º Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba (FICA Garopaba). Em 2024, o edital nº 50/2024 destinou R$ 100 mil à produtora Pátria Grande Produções para a próxima edição do festival. Filipe Bezerra integra a equipe desses eventos.
Todos os editais proíbem o uso de recursos para fins políticos, levantando suspeitas de violação das regras. Imagens registram manifestações políticas durante o evento, reforçando os indícios.
Para apurar o caso, o vereador solicitou todas as prestações de contas relacionadas aos editais por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e apresentou o Pacote SC Sem Invasão, com dossiê detalhado, anteprojeto ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa, e pedido formal de investigação ao Tribunal de Contas da União.
“Mais do que se indignar, precisamos agir. Quem quiser se juntar a essa luta pode apoiar o pacote SC Sem Invasão nas redes e ajudar a espalhar essa denúncia”, finalizou o vereador.
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