Polícia Civil identificou 14 vítimas com complicações; procedimentos eram feitos até em residências na cidade
Divulgação/PCSC A Polícia Civil concluiu na quarta-feira (10) a investigação que aponta que uma mulher realizava procedimentos estéticos invasivos sem qualquer habilitação profissional em diferentes locais de São José, incluindo salões de beleza e até residências. Ao menos 14 vítimas sofreram complicações após intervenções feitas entre 2024 e 2025. Os casos se tornaram públicos em julho deste ano.
Segundo a Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra as Relações de Consumo (DCAC/DEIC), Suelem Damasceno da Silva, se apresentava como “biomédica esteta”, realizando preenchimento labial, harmonização facial e glútea, rinomodelação e aplicação de toxina botulínica. A captação de clientes era feita principalmente pelo Instagram, onde o perfil dela acumulava mais de 10 mil seguidores. Os preços variavam entre R$ 500 e R$ 3.500, dependendo do procedimento.
O Conselho Regional de Biomedicina confirmou que ela não possui registro profissional, caracterizando exercício ilegal da profissão. No interrogatório, a investigada afirmou ter cursado biomedicina, mas não concluiu a graduação.
As vítimas relataram infecções, inchaços persistentes, nódulos, manchas, deformidades e dores intensas após os procedimentos. Em um dos casos, a pessoa precisou ser internada. Diversas mulheres disseram ainda que, ao buscar ajuda, recebiam orientações inadequadas e ouviam que as reações eram “normais”.
A investigação apontou indícios de exercício ilegal da profissão, crime contra as relações de consumo, 13 crimes de estelionato e 6 crimes de lesão corporal, incluindo um caso de lesão corporal grave por incapacitação superior a 30 dias. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário para as providências cabíveis.
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