Sábado, 06 de dezembro de 2025
São José
26 °C
18 °C
Fechar [x]
São José
26 °C
18 °C
SEGURANÇA

Moradora de terreiro de Umbanda acusa Polícia Militar de agressão e intolerância religiosa; PM afirma que agiu dentro da lei

Caso aconteceu no sábado (25), e segue repercutindo em São José

São José, 30/10/2025 20h11 | Atualizada em 01/11/2025 20h26 | Por: Redação
Reprodução/SJ Agora

No último sábado (25), a Polícia Militar foi acionada a um terreiro de Umbanda Almas e Angolas, localizado na Rua Maria Júlia da Luz, 650, no bairro Jardim Cidade, em São José, após denúncias de um vizinho que reclamou do barulho durante uma sessão religiosa.

Silvia Letícia da Silva (Mãe Letícia d’ Iansã), moradora e líder espiritual da casa, contou que a primeira abordagem ocorreu por volta das 20h, enquanto ela estava incorporada. Segundo ela, os policiais solicitaram sua presença, mas não foi possível atender de imediato. Após desencorporar, relata que foi tratada de forma arrogante e recebeu ordem para cessar os toques de tambor. “O policial falou que eu teria que me mudar, que ali não era lugar para bater tambor. Eu disse que não ia sair da minha casa, aqui é meu chão sagrado”, afirmou.

De acordo Letícia, os policiais retornaram por volta das 22h14, já com a sessão encerrada. “Estávamos conversando com um vizinho, que havia feito a denúncia, de forma tranquila, quando o policial começou a gritar comigo e me empurrou. Uma filha de santo interveio e acabou algemada e agredida, e outra foi enquadrada por desacato”, relatou. Ela acrescentou que episódios semelhantes vêm ocorrendo desde junho e que mudar o terreiro é inviável devido aos assentamentos ritualísticos presentes no local.

Ainda segundo a religiosa, os agentes invadiram a área interna do imóvel sem autorização. “A questão da invasão dentro da propriedade que foi feita é o que mais me revolta. Aqui é um espaço sagrado, e a gente se sente violentado quando isso acontece”, disse.

PM se manifestou

Em nota ao SJ Agora, a Polícia Militar destacou que a guarnição buscou diálogo desde o início e solicitou apenas a cessação do ruído em alto volume, sem determinar a interrupção da cerimônia. “Diante da resistência de alguns envolvidos e da tentativa de intimidação a moradores e policiais, foi necessário adotar medidas legais pertinentes. A situação acabou se desdobrando em infrações penais como desobediência e desacato”, afirmou a corporação. As partes foram identificadas, informadas sobre os procedimentos e liberadas após assinatura de Termo Circunstanciado.

A PM também esclareceu que não houve emprego de armamento, mesmo não letal, e reafirmou compromisso com a ordem pública, respeito à liberdade religiosa e convivência pacífica entre os cidadãos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Liberdade religiosa e convivência

A Constituição Federal garante o livre exercício de cultos e rituais religiosos, enquanto normas municipais definem limites de ruído e horários de funcionamento. Especialistas afirmam que casos como este exigem equilíbrio entre liberdade de crença e direito de vizinhança, permitindo que práticas religiosas ocorram sem prejudicar moradores da região.

O episódio segue repercutindo e reforça o debate sobre tolerância religiosa e limites legais em áreas residenciais, especialmente em situações em que vizinhos apresentam denúncias relacionadas a barulho.

Fique por dentro de tudo que acontece em São José. Participe do nosso grupo de WhatsApp aqui.

SJ Agora

São José é notícia aqui.

[email protected]

SJ Agora © Todos os direitos reservados.
Demand Tecnologia
WhatsApp

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Ok, entendi!